Inocência - Visconde de Taunay
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Sinopse
Inocência é um romance regionalista brasileiro de Alfredo d Escragnolle Taunay, dividido em 30 capítulos - que são introduzidos por uma citação - mais um epílogo.[1] Foi publicado em 1872 e retrata costumes, pessoas e ambientes do leste sul-matogrossense (sertão), notadamente a cidade de Paranaíba e a frente colonizadora dos Garcia Leal.
Como o Romantismo estava em decadência na época em que a obra foi escrita, pode-se considerá-la de transição para o Naturalismo, devido a uma grande e infalível caracterização do homem como produto do meio, isto é, ele age de acordo com o tipo de vida que leva.
Prólogo
Corta extensa e quase despovoada zona da parte sul-oriental da vastíssima Província de
Mato Grosso a estrada que da Vila de Santa Ana do Paranaíba vai ter ao sítio abandonado de
Camapuã. Desde aquela povoação, assente próximo ao vértice do ângulo em que confinam
os territórios de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso até ao Rio Sucuriú, afluente
do majestoso Paraná, isto é, no desenvolvimento de muitas dezenas de léguas, anda-se
comodamente, de habitação em habitação, mais ou menos chegadas umas às outras,
rareiam, porém, depois as casas, mais e mais, caminham-se largas horas, dias inteiros sem
se ver morada nem gente até ao retiro de João Pereira, guarda avançada daquelas solidões,
homem chão e hospitaleiro, que acolhe com carinho o viajante desses alongados páramos,
oferece-lhe momentâneo agasalho e o provê da matalotagem precisa para alcançar os
campos de Miranda e Pequiri, ou da Vacaria e Nioac, no Baixo Paraguai.