O Noviço - Martins Pena
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Sinopse
Escrito em 1845 e representada pela primeira vez no Teatro São Pedro (Rio de Janeiro), em 10 de agosto do mesmo ano, talvez seja o texto mais bem construído de todas as comédias de Martins Pena, O Noviço é ainda hoje encenado, como convém a um clássico da nossa literatura dramática.
Tematizando a liberdade de escolha entre os jovens, O Noviço é uma comédia romântica que explora de maneira interessante o maniqueísmo típico desse estilo literário: na dualidade entre enganados e enganadores, entre fracos e fortes, enfim, entre o bem e o mal, há uma união do primeiro pólo - o pólo dos enganados, dos fracos, do bem - que assim se reforça e consegue vencer o segundo: o pólo dos enganadores, dos fortes, do mal..
Prólogo
Sala ricamente adornada: mesa, consolos, mangas de vidro, jarras com flores,
cortinas, etc., etc. No fundo, porta de saída, uma janela, etc., etc.
CENA I
AMBRÓSIO, só de calça preta e chambre — No mundo a fortuna é para quem sabe
adquiri-la. Pintam-na cega... Que simplicidade! Cego é aquele que não
tem inteligência para vê-la e a alcançar. Todo homem pode ser rico, se
atinar com o verdadeiro caminho da fortuna. Vontade forte, perseverança
e pertinácia são poderosos auxiliares. Qual o homem que, resolvido a
empregar todos os meios, não consegue enriquecer-se? Em mim se vê o
exemplo. Há oito anos, eu era pobre e miserável, e hoje sou rico, e mais
ainda serei. O como não importa; no bom resultado está o mérito... Mas
um dia pode tudo mudar. Oh, que temo eu? Se em algum tempo tiver que
responder pelos meus atos, o ouro justificar-me-á e serei limpo de culpa.
As leis criminais fizeram-se para os pobres
CENA II
Entra Florência vestida de preto, como quem vai à festa.